Quando voltou para a comunidade de Igaraú, zona rural de São Luís, depois de ter participado do Intervivência Universitária, a jovem Mical de Sousa Viana passou a se interessar mais pela criação de cabras, atividade que sua família desenvolve. À experiência de sua mãe no trato dos animais juntou os conhecimentos adquiridos nas unidades de produção e laboratórios do IFMA – Campus Maracanã e da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA). Mical cuida da vacinação, faz testes para saber se há alguma doença nas cabras e escolhe a melhor ração. Histórias como essa foram comemoradas, nesta segunda-feira (07), na cerimônia de encerramento do projeto, realizada na área de vivência do Campus Maracanã.
Em quatro etapas do projeto, 128 jovens estudantes de Escolas Familiares Agrícolas (EFAs), Casas Familiares Rurais (CFR) e comunidades quilombolas tiveram a oportunidade desse contato com conhecimentos técnico-científicos. Além dos 32 alunos da última etapa, participaram do encerramento outros 50 estudantes das fases anteriores. São jovens dos municípios de Alcântara, Arari, Barreirinhas, Cantanhede, Itapecuru-Mirim, Lago da Pedra, Pio XII, Santa Rita, Humberto de Campos, Anajatuba, Morros, Turiaçu, Turilândia e São Luís.
Aos 16 anos, Luís Adailson, que é morador de um assentamento rural em Miranda do Norte, ficou entusiasmado com a apicultura. “Já tenho mais conhecimentos sobre as características das abelhas. É uma coisa que eu nunca tinha visto antes”, destacou. A professora Maria Eunice de Jesus Santos, da EFA de Anajatuba, veio à capital maranhense acompanhar o projeto. Segundo ela, o desempenho dos alunos, ao voltar às comunidades, fica bem melhor. “Essa oportunidade desperta a vontade de conhecer e de ser mais”, enfatiza a professora.
Foi isso que motivou José Reinaldo Mendonça, da comunidade de Quebra Pote, a tentar uma vaga no IFMA. Aprovado na primeira etapa, para o curso técnico em Informática, ele aguarda confiante o resultado final. “Estou pensando no futuro, em ajudar minha família e crescer cada vez mais”. Outros colegas também conseguiram a classificação.
O estímulo a buscar uma vaga na universidade é, segundo o coordenador-geral do projeto, Luiz Carlos Rêgo Oliveira, um dos principais objetivos do Intervivência Universitária. Para a pró-reitora de Extensão e Assuntos Estudantis da UEMA, Vânia Lourdes Martins Ferreira, os estudantes conseguem, com essa experiência, perceber que podem fazer parte desse universo. O diretor do Departamento de Desenvolvimento Educacional (DDE) do Campus Maracanã, Francisco Inaldo Lima Lisboa, parabenizou os participantes e disse que as portas da instituição permanecerão abertas para projetos que tragam benefícios à educação no Estado.
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