Em reunião com a ministra Tereza Campelo, a Contag dialogou sobre o Programa Nacional de Erradicação da Pobreza
A executiva da Contag se reuniu nessa segunda-feira (07), com a ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello, e apresentou as necessidades que MSTTR em relação ao Programa Nacional de Erradicação da Pobreza. A tônica da reunião e do discurso defendido pelos representantes dos trabalhadores (as) rurais é para que o campo esteja seguramente incluso no programa.
Durante campanha eleitoral de 2010, a atual presidenta da república, Dilma Rousseff, assegurou que a luta contra a miséria seria a prioridade de seu governo. E, portanto, a Contag, que é a maior representante sindical da classe trabalhadora rural, em audiência com a ministra Tereza Campello cobrou mais uma vez que o meio rural tenha atenção especial. Pois, segundo dados de 2004, da Fundação Getúlio Vargas, mais de 47,4 milhões de brasileiros (as) vivem abaixo da linha da pobreza, sendo que 26,9% desse total encontram-se no meio rural.
“Pensar na erradicação da pobreza no campo envolve habitação, assistência social, saúde, acesso ao crédito e muitas outras diretrizes que constam em nosso Projeto de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário”, ponderou o presidente da Contag, Alberto Broch, anunciando uma série de temas que foram atentamente ouvidos pela ministra.
Também participou da reunião o secretário de Política Agrícola da Confederação, Antoninho Rovaris. Segundo o dirigente, o agricultor (a) familiar não conseguiu se apropriar da recente alta mundial no preço de alimentos, e isso aumenta a pobreza no campo.
Rovaris também enumerou alguns pontos que não podem ser esquecidos no programa, como a questão da habitação rural, fator preponderante na fixação do homem no meio rural. “A assistência técnica também precisa ser repensada, em relação à política agrícola, esse é nosso grande gargalo”, finalizou.
A audiência tornou-se um bate-papo, entre a Contag e o governo, que mostrou-se comprometido em buscar soluções para as reivindicações pautadas pelo movimento sindical do campo.
No escopo das políticas sociais, o secretário da pasta, José Wilson, relatou que a assistência social, ainda é pensada apenas para a população urbana, sendo que o meio rural também precisa de cuidados. O sindicalista apontou a necessidade de que o Bolsa Família, além de contribuir com a distribuição de renda, ofereça preparação e formação profissional.
O secretário de políticas sociais também cobrou mais capilaridade em relação ao programa de construção de cisternas e foi firme ao demandar um comprometimento com a regularização fundiária. “Pois não há como acessar qualquer programa social sem que o trabalhador rural esteja regularizado”, enfatizou.
De acordo com a ministra Tereza Campello, o plano nacional de erradicação da pobreza vai levar em conta as especificidades do campo e de todos os segmentos da sociedade. Segundo Campello, o ministério do Desenvolvimento Social terá uma agenda audaciosa durante esse governo.
A ministra explicou que o MDS incorpora todas as reivindicações da Contag, mas para dar prosseguimento à uma vida digna no campo, as politicas precisam ser estruturantes. “É preciso ter água e moradia, recuperação de solo, sementes de qualidade e assistência técnica, todas as políticas precisam ter base para não se perder no tempo”, afirmou.
O presidente Alberto Broch, considerou a conversa muito produtiva. Houve, inclusive uma sinalização por parte do governo em ajudar a resolver antigos problemas levantados pelo MSTTR. “Vamos continuar dialogando e buscando solução para nossos entraves”, adiantou.